A exposição a poeiras no ambiente laboral é um dos riscos ocupacionais mais frequentes e, muitas vezes, subvalorizado. A avaliação técnica das poeiras é fundamental para proteger a saúde dos trabalhadores e garantir conformidade com a legislação em vigor.
O que são Poeiras no Contexto Laboral?
Considera-se “poeira” qualquer partícula sólida em suspensão no ar, gerada por processos como moagem, corte, transporte ou manuseamento de materiais sólidos. O risco para a saúde depende não apenas da composição química das partículas, mas também da sua dimensão, que determina onde estas se depositam no aparelho respiratório.
Frações de Poeiras e Tamanhos de Partículas
As normas de higiene ocupacional definem diferentes frações de poeiras:
Poeira Total: todas as partículas suspensas no ar, sem distinção de tamanho. É a base de muitas medições gravimétricas.
Frações Inaláveis: incluem partículas com diâmetro aerodinâmico ≤ 100 μm; são as partículas que podem entrar no nariz e boca durante a respiração.
Frações Torácicas: partículas com diâmetro aerodinâmico ≤ 10 μm; atravessam as vias aéreas superiores e alcançam a traqueia e brônquios.
Frações Respiráveis: partículas ≤ 4 μm, capazes de penetrar profundamente nos alvéolos pulmonares, onde os riscos de efeitos crónicos são maiores (ex.: silicose).
Estas classificações são fundamentais para determinar os Limites de Exposição Ocupacional e escolher as metodologias de amostragem.
Exemplos de Profissões com Risco de Exposição
Padeiros: poeira de farinha (associada a asma ocupacional).
Trabalhadores da Construção Civil: poeira de cimento e sílica cristalina.
Carpinteiros e Indústria da Madeira: poeira de madeira (algumas com potencial carcinogénico).
Mineiros e Pedreiros: poeira de sílica respirável, altamente fibrogénica.
Indústria Metalúrgica: poeiras metálicas (alumínio, ferro, manganês).
Impacto na Saúde
A exposição prolongada pode levar a:
– Rinite e bronquite crónica.
– Doenças alérgicas (asma ocupacional).
– Pneumoconioses (silicose, asbestose).
– Cancros das vias respiratórias (dependendo da natureza da poeira).
Medidas de Controlo
– Substituição de matérias-primas quando possível (ex.: uso de farinhas com menor índice de emissão de poeira).
– Monitorização periódica das frações de poeira relevantes.
– Ventilação localizada e sistemas de exaustão.
– Formação dos trabalhadores em boas práticas de manuseamento.
– Uso de EPI (máscaras com filtros adequados à fração de poeira).
Conclusão
A gestão do risco de poeiras exige uma abordagem técnica e sistemática. Conhecer as frações de poeiras, medi-las corretamente e implementar medidas preventivas é essencial para reduzir o risco de doenças profissionais e melhorar a qualidade do ambiente de trabalho.
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