Domingo | 1 de maio

Em 1886, a 1 de maio, quando se realiza uma manifestação com a participação de milhares de trabalhadores nas ruas de Chicago, nos Estados Unidos, com o objetivo de reivindicar a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias, o mundo começou a mudar. Nos dias a seguir houve outras manifestações e várias mortes entre polícias e manifestantes.

Três anos mais tarde, no dia 20 de junho de 1889, a segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objetivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o primeiro dia de maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago.

Em Portugal…

… os trabalhadores assinalaram o 1 de Maio em 1890, o primeiro ano da sua realização internacional. Mas este dia limitava-se a piqueniques de confraternização, com reduzidos discursos pelo meio, e a algumas romagens aos cemitérios em homenagem aos operários e ativistas caídos na luta pelos seus direitos laborais.

Ao longo da I República o 1 de Maio adquiriu características de ação de massas. E, em 1919,foi conquistada e consagrada na lei a jornada de oito horas para os trabalhadores do comércio e da indústria.

Mesmo no Estado Novo, os portugueses tornearam os obstáculos do regime à expressão das liberdades. As greves e manifestações realizadas em 1962, um ano após o início da guerra colonial em Angola, são provavelmente as mais relevantes. Também ficam como marco na história do operariado português, as revoltas dos assalariados agrícolas dos campos do Alentejo, que tiveram o seu grande impulso no 1 de Maio de 62. Mais de 200 mil operários agrícolas, que trabalhavam de sol a sol, participaram nas greves realizadas e impuseram aos agrários e ao governo de Salazar a jornada de oito horas de trabalho diário.

Claro que o 1 de Maio que terá destaque na história de Portugal será o que se realizou em 1974, depois do 25 de abril.